Este ano, a Mostra Mundo Árabe trará alguns dos filmes mais aclamados na Seleção Oficial da Bienal de Cinema do IMA de 2006. A seleção, feita pela curadoria do IMA e do ICArabe, apresenta produções de origem libanesa, argelina, marroquina, tunisiana, egípcia, iraquiana, palestina, algumas delas com co-produções francesa, inglesa e canadense. O público se surpreenderá e se emocionará com o universo feminino em “Barakat!” e “Juanita de Tanger”; com o reencontro bem-humorado de amigos de uma trupe de teatro em “O ônibus”; com a triste perda que faz retornar às raízes familiares em “Littoral”.
Nos dois documentários premiados, o espectador encontrará a riqueza de opiniões e a diversidade dos jovens libaneses da atualidade em “Beirute: Verdades, mensagens e vídeos”, bem como o retorno de uma cineasta iraquiana ao seu país, onde se depara com a forte agressão diante da ocupação militar, em “Retorno ao País das Maravilhas”.
Além dos seis filmes da seleção da Bienal de 2006, teremos dois destaques: “Caramel”, que integra a caravana euro-árabe de 2008 do IMA. Novamente, o traço principal é o forte, e ao mesmo tempo delicado, universo feminino aos olhos da diretora e atriz libanesa, Nadine Labaki. Vale salientar que os filmes da Mostra não só abordam o universo feminino, como também nos apresentam o trabalho vigoroso de diretoras mulheres, como Djamila Sahraoui, Farida Benlyazid, Mai Masri, Maysoon Pachaci, Nadine Labaki.
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Cena do filme Littoral
Também parte da programação, “A Porta do Sol”, uma homenagem ao escritor Elias Khoury, autor de obra homônima, traz uma história de amor, a saga de uma família em meio à história de ocupação na Palestina e sua luta diante da fragmentação decorrente do exílio, do refúgio, dentro e fora de sua terra.
Para completar, dois documentários produzidos fora do mundo árabe, mas que abordam assuntos relacionados a essa comunidade como um todo. “Cosmópolis” dialoga com o público paulistano ao mostrar diversas imigrações que a cidade recebeu, em especial a árabe da Síria e do Líbano. Já o documentário baseado no livro “Reel bad arabs”, “Filmes ruins, árabes malvados”, de Jack Shaheen, traz a análise do pesquisador da Universidade de Illinois sobre 900 filmes feitos em Hollywood desde o início do século XX. De forma clara e precisa, mostra como os árabes foram vilipendiados e difamados pelo cinema, o que contribuiu para formar estereótipos vinculados à sua imagem no mundo inteiro.
Com essa mostra, poderemos tratar de questões que permanecem atuais e apresentar ao público a atualidade da cinematografia dos países árabes, o que contribuirá para continuarmos a desfazer os estereótipos e mostrar a cultura árabe. |